Lisiane Alves Dias tem 29 anos e é uma pessoa diferente. Ela tem necessidades especiais, mas isso não a faz uma pessoa menos feliz. Tanto que ela até esqueceu o nome da deficiência que a faz ser quem é.
— Eu nasci assim, com um probleminha nas pernas mas meu dia é normal. Eu saio normal, eu danço normal, eu tenho amigos. Tudo normal — explica, sorridente.
Hospital Universitário ganha cadeira de rodas especial e ajuda estudante de Medicina
Lisiane também não lembra mais desde quando frequenta a Associações de Pais e Amigos de Pessoas com Deficiência (APAE), onde tem aulas e diversas atividades, como a dança. Ela era uma das pessoas que estavam na Praça Saldanha Marinho, no Centro de Santa Maria, na tarde de domingo.
Por volta das 14h, foi aberta a IV Semana Municipal em Defesa dos Direitos da Pessoa com Deficiência. O evento é promovido pela prefeitura, Câmara de Vereadores e Conselho Municipal dos Direitos das Pessoas com Deficiência (Comdepedesma), com apoio da Frente Parlamentar em Defesa dos Direitos da Pessoa com Deficiência.
Filme de santa-mariense será exibido no Festival de Gramado
A programação vai até dia 28 de agosto, na próxima segunda-feira. Na agenda estão shows artísticos, seminários, ações de inclusão, oficinas, serviços de apoio, espaço para debates e, ainda, desfile de moda inclusiva.
Audiência pública debate sobre a adequação das calçadas da cidade
O evento acontece para promover a inclusão de pessoas com necessidades especiais em espaços que ainda não ocupam, ou que ocupam com alguma dificuldade.
— A situação das pessoas com deficiência em Santa Maria não foge da situação no resto do Brasil. É o pais com a melhor legislação para o público com deficiência, mas a gente vê que na prática ainda não está bem assim. A gente vê muitas dificuldades —, comentou Sehnem.
O último censo do IBGE, de 2010, apontou que Santa Maria tem uma população de mais de 54 mil pessoas com deficiência.
— É um número bem significativo, apesar da gente questionar quem o IBGE considerou pessoa com deficiência, mas são pessoas que possuem limitações, que precisam desses recursos — observou o presidente. Sehnem não só representa as pessoas com deficiência, mas também é um deles. Ele ficou cego aos 20 anos, por causa da diabetes.